29 de junho de 2010

Gota Escrita

Entre nós...
Uma imensa página em branco.

Gota Aberta

Exposta, para que sare, à
vaga luz do que espera.
Nua, para que marque a vida na
silhueta do que é.
Ama, porém, a cicatriz do que foi.
Dói.

27 de junho de 2010

Gota Salgada

Sai, a medo, de medos dentro.
Pendura-se à janela da vida torta.
No canto da boca faz-se ao centro,
E mata a sede no fechar da porta.

26 de junho de 2010

Gota Amarga

É só o que é.
Só.

25 de junho de 2010

Gota Incorrigível

O que não tenho.
O que não sou.
O que já foi.
O que não é.
O que não posso.
O que não quero.
O "quem me dera".
O que não dá.
O que te apraz.
O que te peço.
O que te traz.

24 de junho de 2010

Gota Anafórica

Hoje fala-se.
Hoje sente-se.
Hoje ouve-se.
Hoje bebe-se.
Hoje deixa-se.
Hoje acorda-se.
Hoje faz-se.
Hoje sofre-se.
Hoje escreve-se.
Hoje ri-se.
Hoje pensa-se.
Hoje é-se.
Hoje ama-se.
Hoje vive-se.
Hoje.
Hoje.
Hoje.

23 de junho de 2010

Gota Nascente

A minha saudade na tua presença.

21 de junho de 2010

20 de junho de 2010

Gota Antiga

E naquele minuto, por entre a multidão, escolhe-se uma vida.
Segue-se a mesma naquele minuto, naquele momento.
E imagina-se a sua história para lá do enquadramento, para lá do que apenas se vê.
E assim, desmentindo a verdade imutável do passado, o movimento que se repete no presente de há décadas liberta a Liberdade: esse maravilhoso pleunasmo de incerteza no futuro.

Louis Lumiere - New York,Broadway At Union Square(1896)

19 de junho de 2010

Gota Veloz

És passo veloz, flamejante.
Não o atrases. Paciência!
Vai sem olhar para trás.
Mas se olhares, olha fundo.
E não abrandes se me sentires amigo,
Não pares se me quiseres amante.
Antes corre a praia!
E abraça o mar, meu amor;
Abre as asas e cria o mundo!