24 de julho de 2010

Gota Sentida

Lembrar-me-ei do toque da vida.
Será o do hábito de sonhos
Que se despe no passar dos tempos,
E do de todas as memórias
Que me cobre ao abraçar momentos.

Lembrar-me-ei do cheiro dela.
Será o de nexo deitado por terra
Nos braços de um perfume amante,
E o de sentido no cabelo
Do filho que a leva avante.

Vê-la-ei como ela é.
Estrela dispersa em cores,
Retrato a óleo de universo infindo,
Espelho que devolve o tempo
De mim tirado, e que o faz rindo.

E ouvi-la-ei na vossa música!
Sem rima, qual prosa ao acaso.

O sabor, esqueço-o a cada passo
Para descobri-lo num olhar,
Numa voz ,
A cada cheiro,
E a cada laço.

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